sexta-feira, dezembro 02, 2005

O outro homem

Não sou eu o amor de quem tanto falas. Há um alguém de longe que não sou. Pessoa comum, eu atravesso a avenida Chile, desejando ter feito um poema. Pessoa comum, ele atravessa outra avenida. Não choro, engulo forte. Não sou eu, amor, de quem falas tanto. E vi a foto dele pregada na tua parede. Pior que a foto: a memória boa, que não se descola. Momento que não meu, o pensamento que não me pertence. Não nego que por terceiros vi a foto e soube dos fatos. Não era eu o amor de quem tanto falavas. A boca, o peito, o corpo, a cor e até os olhos: nem mesmo os olhos. Entristeço, pois sei que jamais vou pertencer a ti, como ele. Ele é tão belo que choro: perco em tudo. E se quiseres, amor, construo pra ti o que ele não pode dar. Pra dormir contigo. E ser parte da tua parede e da tua memória. A minha maior tristeza é saber que não posso renascer como ele, que a única coisa que não posso por ti, é renascer. O que posso te dar é a ilusão do que escrevo, que não trocarias ao menos por aqueles olhos. Tá. São belos olhos, azuis. Tão azuis que invejo. Um sorriso branco e límpido que carrega uma pureza translúcida. Os cabelos claros e uma alegria de espírito que jamais terei. Por ser quem sou, amor, teu único e humilde, servo.

4 Comments:

Blogger Lua said...

ai ai.. esse amor.. será q ele existe?
ultimamente não tenho acreditado mto nele sabes..
puxa, hj estou num dia q precisava conversar contigo.. vc me entende, e eh tão bom ser compreendida nesse mundo..

espero q estejas bem..
um beijo.

4:07 PM  
Blogger Lua said...

sempre q qro ficar soh com meus pensamentos.. venho aqui lê-lo.. eh mto bom..

beijos.

4:10 PM  
Anonymous Anônimo said...

Lindíssimo!

6:23 PM  
Blogger henrique said...

esse tá muuito belo
parabéns!

7:28 PM  

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